Santuário de N.ª Sr.ª D’Aires

 

Segundo vários autores, o Santuário é um “modelo arquitectural de referência, no contexto da História da Arte alentejana do século XVIII”, “uma das cinco igrejas setecentistas que melhor documenta as tendências gerais da arquitectura provincial alentejana”, associado “ao «ciclo» de Mafra e ao ecletismo barroco internacional”.
Local de antiga presença humana – documentada pelos vestígios aí encontrados, pelo menos desde a Época Romana – e de passagem frequente de viajantes, a construção de um santuário antecessor do existente e a origem da imagem da Senhora venerada no altar estão envoltas em duas lendas sobejamente propaladas: uma divulgada por Frei Agostinho de Santa Maria na sua obra “Santuário Mariano” e outra legada pela tradição oral.

Este santuário substituiu uma construção primitiva do século XVI, que foi demolida em 1743 para se iniciarem as obras do novo edifício. A fundamentação da origem do templo primitivo no século XVI é feita através de dois elementos: por um lado o facto do registo dos primeiros milagres atribuídos a N.ª Sr.ª D’Aires remontar a 1582, inserindo-se no fervor Mariano da Contra-Reforma; por outro a constatação da existência em Viana, nesse século, de indivíduos de apelido Vaqueiro que integravam a nobreza vianense, o que se coaduna com a atribuição lendária a Martim Vaqueiro da determinação da construção da antiga igreja.